Escolhemos nossa profissão pensando na carreira que desejamos seguir, nos objetivos pessoais e profissionais a serem alcançados e, também, já cientes de alguns desafios dessa caminhada. Estudamos, nos especializamos e seguimos buscando o conhecimento necessário para entregarmos o nosso melhor aos nossos clientes.
Na área do Direito não é diferente. Quem opta pela advocacia e decide ter um escritório e uma equipe de trabalho, deve estar pronto para vencer as batalhas do empreendedorismo, de ver seu negócio como uma empresa que presta serviços advocatícios com todos os desafios diários que uma empresa enfrenta.
Infelizmente, os bancos acadêmicos não trazem para os advogados o conhecimento necessário para fazer a gestão de um escritório. Não nos é ensinado sobre gestão financeira, gestão de pessoas, conquista de clientes, entre outros tantos desafios diários. É preciso, portanto, buscar esse conhecimento e saber que conforme o escritório cresce- seja aumentando o número de colaboradores, unidades ou áreas de atuação- na mesma proporção aumentam os desafios de empreender na advocacia.
Mas, todas as adversidades e desafios nos fazem crescer e aprender a trilhar esse caminho. É preciso implementar e seguir uma rotina de gestão eficiente, realizando reuniões semanais com todos os colegas e demais colaboradores, acompanhar a área financeira, alinhar constantemente as diretrizes do RH, ter um gerenciamento dos processos internos, buscar e implementar sistemas/plataformas que auxiliem nas demandas diárias da equipe, acompanhando a produtividade e qualidade da entrega do time, entre tantas outras tarefas que cabem ao gestor do escritório.
No entanto, acima de todas essas responsabilidades diárias, aponto que a mais desafiadora – e que traz a maior realização – é a de liderar pessoas, cuidá-las, desenvolvê-las, desafiá-las e oportunizar que todas desenvolvam suas funções de modo a sentirem-se realizadas profissional e pessoalmente para que se vejam crescendo dentro da estrutura, almejando cargos e responsabilidades maiores. Ver os colegas iniciarem as suas carreiras e, ano a ano, crescerem e irem alcançando seus sonhos, é o que tem de mais gratificante nessa caminhada!
Não tenho a menor dúvida que este é o maior ativo de um escritório de advocacia: as pessoas e seu capital intelectual. É necessário que a equipe seja vista, ouvida, que participe do escritório efetivamente. Os melhores profissionais buscam escritórios que possuam um plano de carreira bem desenhado e que seja executado efetivamente, que foque no desenvolvimento técnico constante das equipes, que as provoque intelectualmente, que dê visibilidade a quem está atuando juto ao cliente, trazendo soluções, pensando estratégias, sendo visto e se tornando referência.
Ainda, e não menos importante, esse escritório precisa seguir crescendo, buscando novas oportunidades, entendendo como o mercado está se comportando, tendo uma visão clara das oportunidades e demandas de sua área de atuação. É preciso ter as métricas de crescimento claras e revisitá-las constantemente. Não se pode perder o foco no que foi planejado e é preciso seguir vigilante para que cada novo passo dado leve o escritório para mais perto que tenha sido planejado estrategicamente há anos.
Empreender na advocacia e enxergar-se como uma empresa que presta serviços advocatício é um grande desafio, mas, da mesma forma, certamente é o que levará o escritório mais organizado, com a melhor gestão e com a melhor equipe para outros níveis, crescendo constantemente e tendo os melhores resultados.
por: Ana Paula Medina Konzen